Ex-prefeita é investigada por receber propina de construtora em contratos para pavimentação em SC
05/08/2025
(Foto: Reprodução) GAECO e GEAC deflagram operação para apurar corrupção em contratos de pavimentação
A ex-prefeita de Vargem (SC) Milena Andersen Lopes (PL) foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (5) em uma operação policial que apura corrupção em contratos de pavimentação asfáltica no Meio-Oeste de Santa Catarina.
Segundo apuração do jornalista da NSC Raphael Faraco, Milena teria recebido propina para favorecer uma construtora em contratos para asfaltamento de vias públicas no município durante a gestão 2021-2024.
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Além de Milena, os alvos da operação Via Clandestina incluem o empresário da construtora e endereços da empresa e da prefeitura de Vargem.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apura crimes de corrupção ativa e passiva, com pactuação de vantagens indevidas, mediante favorecimentos recíprocos.
Em nota, a prefeitura destacou que a investigação não tem relação com a atual gestão e informou que forneceu "todas as informações e documentos solicitados" (leia íntegra abaixo). O g1 procurou a ex-prefeita, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
Milena foi presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, durante seu mandato como prefeita de Vargem. Em fevereiro deste ano, assumiu o cargo de secretária-adjunta na Secretaria Estadual de Assistência Social, Mulher e Família.
Questionado, o governo estadual informou que não foi notificado oficialmente sobre as pessoas investigadas na operação. Já a Fecam destacou, em nota, que a apuração não envolve a atuação da federação e, por isso, não se manifestará sobre o caso.
Operação Via Clandestina
A operação Via Clandestina, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e o Grupo Especial Anticorrupção (Geac), cumpriu oito mandados de busca e apreensão em municípios do Meio-Oeste, da Serra e da Grande Florianópolis:
Vargem
Campos Novos
Lages
São José
De acordo com o MP, o nome da operação faz referência à suspeita de encontros clandestinos e previamente agendados entre os investigados, em vias públicas, para repasse de propina.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos e mídias relevantes para a investigação. As apurações seguem em sigilo.
Milena Andersem foi reeleita prefeita de Vargem em 2020
Redes sociais/ Reprodução
O que diz a prefeitura
Na manhã desta terça-feira (05), a Prefeitura de Vargem recebeu o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas - GAECO, do Ministério Público de Santa Catarina, que cumpriu diligências relacionadas à Operação "Via Clandestina", investigação que apura fatos ocorridos em gestões anteriores.
A atual administração reforça que colaborou plenamente com o trabalho dos agentes, fornecendo todas as informações e documentos solicitados, cumprindo o dever de órgão público, que preza pela legalidade e pela transparência de seus atos.
Importante destacar que a investigação não tem relação com a atual gestão e segue sob responsabilidade exclusiva do Ministério Público de Santa Catarina.
A administração municipal reitera seu compromisso com a ética, a transparência e o respeito às instituições.
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